segunda-feira, 26 de março de 2007

O Maior Português?

Passa-se o Telejornal, mais a grande Pitonisa da RTP (espero a qualquer momento que lhe chegue de Hollywood a proposta milionária para que escreva um guião original para um filme de ficção baseado na realidade portuguesa encenada de modo credível).
Segue-se um felino relevante, mas o que interessa mesmo é o que vem a seguir, a confirmação do que toda a gente há muito suspeitava. E logo as primeiras palavras da apresentadora corroboravam que as suspeitas não eram infundadas. Tratava-se de uma luta, digamos assim, entre duas perspectivas anti-democratas.
Li alguma coisa do que se disse sobre o tipo de programa, entre outras opiniões de que era um absurdo por comparar figuras incomparáveis (Mário Soares), que não tinha pés nem cabeça (Pacheco Pereira), pretendendo-se com tais afirmações retirar-lhe importância. Em parte concordo com as críticas, o que não obsta a que continuasse curioso com o desfecho. Afinal, ainda não subi ao Olimpo e, pobre de mim, continuo a interessar-me por estas disputas terrenas.
O desfecho foi interessante e dá-nos vastos motivos de reflexão, um dos quais será o porquê de quase se ignorar quem abriu o país ao mundo, quer através da navegação, quer através das letras, e, ao inverso, se elegerem pessoas que o fecharam á modernidade, quer de forma efectiva, quer de forma tentada. Ouvi que terá sido em muitos casos, o voto em Salazar, de protesto contra o status-quo. Eu vou mais pelo ressabiamento de alguma direita que, entrincheirada quer no CDS, quer no PSD (e mesmo nalgumas franjas do P.S.), nunca aceitou como definitiva a mudança de rumo, mas que tem vergonha de se expor publicamente em manifestações da direita radical. E a esta hora, certamente estarão a comemorar uma vitória de que o único retorno será uma pequena satisfação interior.
Ao mesmo tempo, os militantes de Cunhal estarão tomados por um misto de satisfação por verem o seu guru à frente dos fundadores da nacionalidade, e de frustração por, ainda não ter sido desta que a mobilização os fez ganhar, mesmo que na “secretaria”, o que nunca conseguiram no terreno. A postura trauliteira da sua defensora oficial durante o debate, disse-nos muito do que nos esperava em caso dessa vitória alguma vez ter acontecido.
No final, surpreendente mesmo foi a colocação de Aristides Sousa Mendes. Ao que parece, pelo menos as qualidades humanitárias ainda são valorizadas.
Nota - Na revista Sábado da semana passada, dizia Ferreira Fernandes da falsidade da notícia da morte de Herman José. Na mesma revista, noticiava-se o abandono de Maria Vieira, por estar insatisfeita com a relevância do papel que lhe estava distribuído. Com efeito, fazer de ameixa e levar com uns tipos em cima de vez em quando, não lhe acrescenta nada ao currículo.
E penso: “Se ainda não o mataram, há pelo menos indícios, de que alguém o anda a tentar assassinar
 
posted by JayJay at 13:23, |

0 Comments: